Em agosto do ano passado, a seleção boliviana surpreendeu tanto no seu país como no estrangeiro ao anunciar a chegada de Gustavo Costas como novo treinador. O argentino tinha contrato com o Palestino, então os “árabes” tiveram de esclarecer que ele ficaria até o final da temporada de 2022, na qual a equipe terminou em um honroso quarto lugar.
O treinador de longa data, que tinha jogado em 11 clubes na Argentina, Paraguai, Peru, Arábia Saudita, Equador, Colômbia, México e Chile, estava a assumir o comando de uma equipa nacional pela primeira vez. Com a “Verde”, está a preparar-se para as eliminatórias sul-americanas, onde terá hoje o seu último teste contra a “Roja”.
O início do ex-zagueiro no comando da seleção “Altiplano” não tem sido muito brilhante, embora ele tenha sido competitivo em todas as suas partidas. Perdeu por 1 a 0 para o Uzbequistão e por 2 a 1 para os sauditas, ambos em Jeddah em março, e perdeu por pouco para os equatorianos em Nova Jersey no sábado.
A estrela continua a ser Marcelo Martins Moreno, que, aos 36 anos, abriu o marcador na vitória sobre os árabes. Esta noite, contra a “Equipa de Todos”, a partir das 20h00, no estádio “Tahuichi” Ramón Aguilera, em Santa Cruz de la Sierra, ele pode apanhar Ronald Raldes com o recorde de mais jogos pela equipa boliviana, com 102.
A expetativa é grande na cidade, onde praticamente não há altitude (apenas 400 metros acima do nível do mar), mas o entusiasmo não é o mesmo em todo o território. “É certo que vai estar cheio, porque se joga num local onde a seleção nacional não costuma jogar, mas as expectativas no resto do país são baixas”, diz Diego Gonzales, jornalista da Página 7.
Embora o ex-treinador do Palestino esteja no comando há apenas três jogos e seja muito cedo para tirar conclusões, o processo ainda não está gerando muita emoção em um país que não vai a uma Copa do Mundo desde 1994. “Embora tenham sido obtidos resultados interessantes, a Bolívia de Costas não está a mostrar muito no jogo”, diz Gonzales.
A principal crítica do argentino tem a ver com sua abordagem de ataque pobre. “Embora o jogo contra o Equador tenha mostrado uma equipa bem organizada e bem concentrada na defesa, ainda falta tentar ferir o adversário. Em Nova Jersey não marcaram um único golo e isso é preocupante”, acrescenta o jornalista.
Neste sentido, o duelo contra os “Red” será a estreia dos transandinos em casa e, por isso, os “Green” terão de mostrar outra cara. “Será o primeiro teste sério que eles têm, porque é o primeiro jogo em casa e eles devem sair para propor ofensivamente, já que nos jogos anteriores vimos uma Bolívia bastante retraída”, antecipa o comunicador.
Apesar de tudo, o profissional da mídia fecha com uma mensagem encorajadora. “Mesmo que as estatísticas mostrem isso, as pessoas estão sempre entusiasmadas com a equipa nacional. Ver que foi uma vitória difícil sobre o Equador, um adversário com muita experiência, significa que pouco a pouco a chama que os bolivianos têm pela sua camisa está sendo reacendida”, conclui.