A família de Luis Ureta, guarda-redes de O’Higgins e antigo jogador das selecções sub-17 e sub-20 de La Roja, perdeu tudo devido às inundações que ocorreram na localidade de La Chimba, no município de Rengo, após a tempestade que atingiu a zona centro do país.
Sobre esta situação dramática, Macarena Aqueveque, esposa de Ureta, deu uma entrevista ao Las Últimas Noticias em que contou como viveram esta tragédia.
“Eles tinham perdido tudo. Incluindo a cozinha, a televisão, etc. Chegámos e não era possível entrar nas casas. O rio estava a descer a rua e, se tentássemos aproximar-nos das casas, a água empurrava-nos para fora”, conta.
“O meu sogro não queria partir sem os seus animais de estimação e Luís teve de entrar na água até ao pescoço para salvar o cãozinho que tinha subido para o telhado. Mas não conseguiu tirar os cachorros ou os gatos porque o rio arrastou tudo”, continuou.
Aqueveque também detalhou que o local desta tragédia familiar “é a terra onde Luís cresceu. A família dele é muito humilde, com recursos limitados, e costumavam ter uma casa feita de composto, mas costumava chover. Depois, durante a pandemia e graças aos retiros, o pai do Luis conseguiu juntar algum Lucas para comprar uma casa pré-fabricada. Eu fiquei encarregado de os ajudar com a pintura, os azulejos, para a tornar bonita. Depois do que aconteceu, o Luís chorou de impotência, porque viu os seus pais a chorar. Todo o esforço de muitos anos foi-se num segundo”.
“Há cerca de dez famílias afectadas. Algumas estão a viver na casa da irmã do Luís, na Rengo, mas é uma habitação social, não é muito grande. Faltavam-lhes toalhas, meias, roupa interior, o básico para viver, por isso usei a conta de Instagram do Luis e a minha para nos organizarmos”, acrescentou.
Donativos e uma chamada de atenção
No meio deste período difícil, Macarena Aqueveque assumiu a missão de coordenar uma campanha de ajuda através das redes sociais, enquanto Luis Ureta se concentra no trabalho de campo com a sua família.
Neste contexto, Aqueveque expressou a sua gratidão ao mundo do futebol. “Muitas pessoas ofereceram-se para ajudar. Tornou-se enorme e agradeço aos colegas de equipa do Luís. Muitas pessoas gostam dele porque é um bom rapaz. E porque vem do fundo do poço. Os pais dele tiveram de ficar sem comer para lhe comprarem sapatos para treinar”, afirmou.
Da mesma forma, a esposa do guarda-redes do Campeonato do Mundo de Sub-17, realizado no nosso país em 2015, chamou a atenção para os donativos. “O principal são as toalhas e a roupa interior. Tiveram de secar as toalhas com um secador de cabelo para as emprestarem umas às outras. Recebemos muita roupa. O problema é que algumas coisas estão rasgadas ou sujas. Precisam de roupa em bom estado”, disse.