Talibãs dizem que Biden “reconheceu” a realidade sobre a Al-Qaeda no Afeganistão

O governo talibã do Afeganistão aproveitou um comentário do presidente norte-americano Joe Biden para sublinhar que o grupo jihadista Al Qaeda não representa uma ameaça para o país..

Na sexta-feira, durante uma conferência de imprensa, Biden foi questionado por um repórter sobre se admite que foram cometidos erros durante a retirada do Afeganistão em 2021.

“Não, não. Agora temos todas as provas“, respondeu, de acordo com a transcrição divulgada pela Casa Branca.

“Lembram-se do que eu disse sobre o Afeganistão? Eu disse que a Al Qaeda não estaria lá. Eu disse que eles não estariam lá. Disse que os Talibãs nos ajudariam. E o que está a acontecer agora? O que está a acontecer? Leiam a imprensa. Eu tinha razão”, disse ele.

O jornalista fez essa pergunta na sequência de um relatório, divulgado na sexta-feira, que observa que a evacuação de 2021 do Afeganistão foi realizada em meio a um falta de clareza na tomada de decisões.

O relatório foi feito a pedido do Secretário de Estado Antony Blinken por causa das cenas caóticas em Cabul depois que os talibãs tomaram o poder, pondo fim ao domínio dos talibãs. 20 anos de presença militar americana.

No sábado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros afegão fez eco das declarações de Biden.

“Consideramos os comentários do Presidente dos EUA, Joe Biden. sobre a inexistência de grupos armados no Afeganistão como um reconhecimento da realidade”, afirmou o ministério num comunicado.

Isto “refuta o recente relatório da Equipa de Monitorização das Sanções das Nações Unidas, que alega a presença e a operacionalidade de mais de vinte grupos armados no Afeganistão“, segundo o ministério.

Em maio, um relatório da ONU afirmava que há indícios de que grupos armados como o Al Qaeda estavam a reconstituir-se no país.

“A relação entre os Taliban e a Al Qaeda e Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP) continuam fortes e simbióticas”, refere o relatório.

O governo talibã do Afeganistão insiste em que não permite que grupos armados se preparem para ataques contra outros países a partir do seu território e nega a presença da Al Qaeda.

Os Taliban não reconheceram a morte do líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, por um drone americano em Cabul no ano passado, afirmando que o incidente ainda está a ser investigado.

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