No Centro Médico da Universidade de Maryland (UMMC)em Estados Estados Unidosum grupo de profissionais médicos realizou o segundo transplante de sempre de um coração de porco para um homem vivo.
O procedimento foi realizado pela mesma equipa de médicos transplantadores que efectuou a primeira operação do género no ano passado, segundo a instituição.
Homem recebe transplante de coração de porco
O centro médico afirmou que o paciente, Lawrence Faucette, 58 anos, consegue agora respirar sozinho e que o seu novo coração “funciona bem sem a ajuda de dispositivos de assistência”.
Faucette, explicou a organização, tem uma insuficiência cardíaca que os médicos consideram terminal porque determinaram que “a sua esperança de vida é de seis meses ou menos”.
Para além desta doença cardíaca, tem uma doença vascular periférica pré-existente e complicações com hemorragias internas, pelo que todas estas condições médicas tornaram Lauwrence inadequado para um transplante cardíaco tradicional.
O homem deu entrada no centro médico a 14 de setembro devido a uma insuficiência cardíaca e, depois de o xenotransplante ter sido recomendado como a única esperança, Faucette decidiu submeter-se a um transplante de coração de porco.
Após uma avaliação psiquiátrica completa e o seu consentimento para a operação, foi admitido na sala de operações para o transplante. Bartley Griffith, o cirurgião responsável pelo procedimento, afirmou que este caso “ajuda a avançar o nosso conhecimento neste domínio”.
Para evitar que aconteça a Lauwrence o mesmo que aconteceu ao primeiro homem a receber um coração de porco geneticamente modificado, David Bennet, os médicos estão a administrar-lhe um tratamento experimental com anticorpos que também ajuda a suprimir ainda mais o seu sistema imunitário e a evitar a rejeição do seu novo coração.
“O coração de David Bennet será monitorizado de perto para detetar quaisquer sinais de rejeição ou o desenvolvimento de vírus relacionados com o porco. De notar que o dador foi cuidadosamente examinado para detetar quaisquer sinais de agentes patogénicos”, referem os médicos no comunicado.
Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou a operação experimental de xenotransplante no âmbito do programa de “uso compassivo”. Segundo a agência, trata-se de “uma via potencial para que um paciente com uma doença ou condição grave ou imediatamente ameaçadora da vida tenha acesso a um produto médico experimental para tratamento fora dos ensaios clínicos quando não estão disponíveis opções terapêuticas alternativas comparáveis ou satisfatórias”.
Desde 2020, a FDA aprovou porcos geneticamente modificados para possível utilização terapêutica e consumo, salvando assim vidas em tais procedimentos.