Uma classificação que é vista de lado e que muda muito pouco de planos

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By jacuriradio_

Enquanto a última jornada do Campeonato Nacional está centrada no que acontecerá amanhã, quando se decidirá o título, e também há suspense sobre a despromoção, os jogos de sábado serão decisivos para os participantes nas taças internacionais. Duas das equipas envolvidas nesta última são as universidades do Chile e de Catolica, que tentarão conseguir a última vaga para a Sudamericana.

No entanto, apesar da grande importância atribuída à qualificação, as administrações de ambas as equipas minimizaram a importância da qualificação para o torneio subcontinental, onde o Unión La Calera também pode garantir um lugar.

Embora tanto o Centro Deportivo Azul como o San Carlos de Apoquindo preferissem qualificar-se para a Sudamericana, em ambos os casos minimizam a possibilidade de perder a participação internacional. Basicamente, porque isso não altera os planos para o próximo ano.

As razões são simples.

A última vaga para o torneio da Conmebol significa que apenas uma partida está garantida, na fase preliminar, para chegar à fase de grupos.

Neste cenário, para esse primeiro – e, eventualmente, único – jogo, contra um rival local, que os faz passar à fase de grupos, a CONMEBOL apenas distribui um pouco menos de 500.000 dólares entre os dois protagonistas, com 225.000 dólares para a equipa da casa (que soma as receitas) e 250.000 dólares para o visitante.

Para quem elabora os orçamentos, não se pensa nos 900 mil dólares que são distribuídos aos que conseguem se classificar para a fase de grupos, nem nos 100 mil dólares que são acrescentados por uma vitória na fase de grupos.

Assim, com um quarto de milhão de dólares em caixa, não há muito dinheiro fresco a acrescentar à tesouraria para ir em busca de uma contratação que, antes de se qualificar para o jogo único, parecia financeiramente inacessível.

A passagem à fase de grupos da Copa Libertadores é um íman para atrair reforços. A possibilidade de brilhar numa montra internacional abre o interesse de alguns jogadores, nacionais e estrangeiros, que vêem na competição uma forma de projetar as suas carreiras para mercados mais competitivos ou melhor remunerados.

A Sudamericana também tem esse atrativo, mas em muito menor grau: é de menor renome e tradição, e com menor impacto noutras latitudes.

Mas mesmo com esse espetro mais limitado de apelo, estar na fase de grupos do segundo torneio continental pode ser uma arma sedutora para atrair talentos.

No entanto, disputar apenas as eliminatórias, mais uma vez com o risco de ser estreia e despedida, limita a influência que pode ter na atração de um jogador que gostaria de estar na competição.

E, no caso da “U”, com a iminente saída de Mauricio Pellegrino, também se aplica como um gancho muito pequeno na procura de um treinador.

Tal como acontece com os orçamentos, o facto de terem apenas um jogo assegurado se chegarem à fase preliminar da Sudamericana não altera o planeamento. Na verdade, a lição é o que aconteceu à UC na época passada, quando, a 7 de março, o Audax Italiano eliminou os “cruzados” da Sudamericana, com um plantel montado por Ariel Holan com a aspiração de se manter na prova. Assim, embora estejam a pensar numa eventual qualificação, estão a pensar nisso como um plano B, delineando tudo como se fosse um “problema feliz”.

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