Javier Castrilli, antigo presidente da Comissão de Árbitros da ANFP, não quis ficar sem dar a sua opinião sobre o último escândalo que abala a arbitragem chilena de futebol.
Numa entrevista com La Tercerao argentino fez algumas declarações duras sobre esta nova polémica, principalmente em relação a Julio Bascuñán, um dos árbitros que quis despedir durante o seu período em Quilín, o que acabou por não se concretizar por razões de conhecimento público.
“É absolutamente previsível… é impossível imaginar que a arbitragem melhore se o poder continuar nas mãos do clube de amigos de El Señor de la Noche. Os despedimentos no início do ano revelaram-se uma miragem de cores. Insuficientes. Além disso, Bascuñán recebeu oficialmente o poder de tomar decisões e, conhecendo o seu passado, o chamado ‘Senhor da Noite’ entre os árbitros chilenos (por uma razão…) parece continuar a fazer o que quer”, declarou o “Xerife”.
Devido à sua irresponsabilidade, a arbitragem chilena é transformada no “Conventillo de la Paloma”, onde os inquilinos e o proprietário do conventillo lutam por uma mulher (la Paloma). Em certa medida, dá crédito às acusações contra Bascuñán. As nomeações e as viagens são tão objectivas como irrefutáveis. Por mais que neguem, todos os árbitros sabem disso, assim como sabem como foi feita a anonimização e quem aconselhou que fosse feita dessa forma. Descubram”, continuou.
O chamado “Juiz de Ferro” afirmou que “é tão vox populi que até eu recebi a informação. É tudo um desastre e o pior é que a impotência e a injustiça só são sentidas por aqueles que não são amigos e que são membros desta “família”. Nestas condições de má gestão e falta de controlo, acha que o futebol chileno pode ter bons árbitros?
A respeito da presença de Julio Bascuñán no futebol chileno, Javier Castrilli comentou o seguinte: “Soube que ele é o responsável pelo sistema VAR. Pior ainda. Está no centro nevrálgico da tomada de decisões (e das marcações de viagens para os amigos…) Quer dizer… deram uma navalha ao macaco. Quantas pessoas vão ter as orelhas cortadas?
Sobre a figura de Roberto Tobar, atual presidente da Comissão de Arbitragem, o chileno disse que “vejo-o sozinho e impotente. Sem poder para governar, tendo aceite Bascuñán como seu ajudante. É como dormir com o inimigo e sem sequer contar com ex-árbitros chilenos que, sem dúvida, têm a experiência e as condições para enfrentar esta crise, como Rafael Hormazábal ou Iván Guerrero. Ele deve entender que não é possível fazer uma omelete sem quebrar os ovos. Se queremos mudar a realidade que nos rodeia, temos de enfrentar a crise e não geri-la.
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