Guarello detalhou como Jadue lidou com a arbitragem na Copa América 2015: “Ele vetou alguns nomes e dirigiu outros”.

Após a polémica gerada pelos seus comentários sobre Sergio Jadue sobre a arbitragem da Copa América de 2015o jornalista Juan Cristóbal Guarello voltou a abordar o assunto e deu mais pormenores sobre a questão.

O comentarista da Radio Agricultura, Canal 13 e DSports observou que todas essas medidas do Calerano ocorreram enquanto o escândalo do FIFA Gate estava se desenrolando, então havia graves problemas financeiros na CONMEBOL, além de outras complexidades de alto calibre.

“A certa altura, a Conmebol, cercada por todos os lados, não tem dinheiro para funcionar. E o único que tinha dinheiro era Sergio Jadue, porque ele tinha sido pago pelos patrocínios da Copa América”, disse Guarello na última edição de seu programa “A hora do King Kong”..

Na mesma linha, salientou que “entre as operações da Conmebol estava o pagamento aos árbitros, mas pagar aos árbitros não significa fixar os árbitros ou suborná-los, mas sim pagar as ajudas de custo que lhes correspondiam pela arbitragem. Dinheiro totalmente legal.

“E como a CONMEBOL não tinha dinheiro, ele pediu a Jadue que usasse o dinheiro da Copa América para pagar as diárias dos árbitros, mas foi quando Jadue disse ‘sim, mas deixe-me escolher'”, continuou.

A “graça” de Jadue

Juan Cristóbal Guarello disse que “estas eram coisas que não passavam pela cabeça de Jadue, havia o resto dos dirigentes da ANFP, os mais velhos, mais experientes, que lhe diziam ‘cuidado com os árbitros, não deixes entrar um árbitro que quer tirar uma fotografia com o Messi ou um tipo que se assusta quando o Mascherano lhe grita'”.

“Com isso, Jadue disse: ‘Para a meia-final com o Peru, quero um árbitro venezuelano, porque os venezuelanos são localistas e amassam’. Bem, deram-lhe Argote. E para a final contra a Argentina disse: “Quero o Roldán, um árbitro colombiano, mais equilibrado, não um brasileiro que dá espetáculo, nem um uruguaio porque nos lixam sempre, nem um paraguaio por qualquer motivo”.

Para sublinhar o significado destes esforços, o vencedor do Prémio Nacional de Jornalismo Desportivo de 2011 disse: “Lembram-se do jogo com o Uruguai em Montevideu durante as últimas eliminatórias, com o paraguaio Eber Aquino? Pois é, era isso que Jadue não queria”.

“Não é que Jadue pagasse aos árbitros, ele tinha o dinheiro para pagar as ajudas de custo e, como tinha uma posição de poder, vetava certos nomes e orientava outros para que arbitrassem o Chile e não acontecesse o habitual: que um brasileiro arbitrasse e te matasse, o mesmo com um argentino, um uruguaio ou um paraguaio. Ele não queria que ninguém daquele lado se envolvesse e fê-lo. Essa foi a graça de Sergio Jadue. É tão simples quanto isso. Não é que ele tenha subornado árbitros, é que ele estava numa posição de poder e disse ‘não, sim’. É essa a história.

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