A difícil tarefa de “Nico” Núñez na UC

A Universidad Católica teve uma temporada para esquecer. Isso custou o emprego de Ariel Holan, substituído por Nicolás Núñez, que foi apresentado ontem.

Embora a saída do argentino DT tenha servido para “descomprimir a atmosfera”, como demonstrado pela vitória contra o Coquimbo Unido sob o comando interino de Rodrigo Valenzuela, “Nico” terá uma tarefa muito difícil. As dificuldades são várias e passamos em revista as que se seguem.

Enquanto Holan é o grande responsável pela má campanha da UC, pois foi ele quem aprovou a chegada de vários reforços que não se enquadraram no seu esquema ultra-ofensivo no início e no mais conservador que adoptou mais tarde, Cruzados também é culpado pela formação do plantel. A saída de uma referência histórica como Luciano Aued ainda não foi substituída e isso nota-se muito, enquanto Maurício Isla era o substituto natural de José Pedro Fuenzalida, mas o “Huaso” saiu intempestivamente e a sua saída também não foi colmatada. É urgente a contratação de um médio misto e de um lateral-direito, e o concessionário não foi capaz de os trazer, com a janela de transferências a fechar e o fluxo de caixa a diminuir.

A remodelação do estádio de San Carlos de Apoquindo, que só estaria disponível no segundo semestre do próximo ano, custou caro à “Franja”, que não conseguiu fazer uma boa exibição em casa no Campeonato Nacional de 2023. De facto, no domingo, o clube quebrou um jejum de seis jogos sem vencer em casa na competição, que remonta a 25 de fevereiro, e a sua campanha em casa tem sido muito fraca, com apenas três vitórias, quatro empates e três derrotas. Além disso, até a partida contra o Coquimbo, os “cruzados” não tinham podido comemorar no Santa Laura, seu estádio mais recorrente até que o da serra esteja pronto, já que as duas vitórias anteriores foram em Concepción (3 a 1 sobre o Curicó Unido) e em Rancagua (5 a 2 sobre o Palestino).

Após a saída de “Chapa” Fuenzalida, a UC decidiu cortar a tradição que tinha estabelecido de entregar a camisola a um jogador da casa e deu-a a Matías Dituro. No entanto, tal como aconteceu com “Huaso” Isla, o guarda-redes argentino naturalizado chileno partiu para o futebol turco e deixou a braçadeira nas mãos de Fernando Zampedri, que não renovou o seu contrato no final do ano. O “Toro”, que fez a sua estreia oficial como capitão no passado domingo, na derrota por 2-0 frente ao Curico Unido, em La Granja, é secundado nesta responsabilidade por outro estrangeiro, o uruguaio Gary Kagelmacher, com Alfonso Parot e Ignacio Saavedra como terceira e quarta opções.

Os maus resultados da última metade, que levaram à inevitável saída de Holan do banco, deixaram a La Católica sem a Sudamericana e muito mal colocada no Campeonato Nacional, a nove unidades do líder exclusivo, o Cobresal. Para piorar a situação, a “Franja” tem um desafio muito complexo a curto prazo, já que este sábado terá de visitar o líder da classificação na altitude de El Salvador. Para além do torneio, onde neste momento apenas lutam pela qualificação para uma prova continental, os “cruzados” ainda estão vivos na Copa Chile, onde a 9 de agosto vão defrontar em casa o Everton, outra equipa que está a fazer uma boa época e que está no topo da competição nacional.

Deixe um comentário