Tania Zeng, a chilena de 57 anos que teve uma estreia épica nos Jogos Pan-Americanos: “Nunca é tarde demais”.

Um dia inesquecível para a atleta chilena Zhiying Tania Zeng, que aos 57 anos de idade fez a sua estreia nos Jogos Pan-Americanos na segunda-feira com uma vitória épica sobre a dominicana Eva Brito no ténis de mesa em Santiago 2023.

Depois de perder os dois primeiros sets (11-7 e 11-5), Zeng, o membro mais velho da Equipa Chile nos actuais Jogos Pan-Americanos, conseguiu recuperar de forma notável, vencendo quatro sets seguidos (11-6, 11-7, 11-5 e 11-8), o que lhe permitiu selar a vitória e a passagem aos oitavos de final.

“O público apoiou-me muito e eu estava a ouvir… Estava um pouco nervosa. O carinho do público é muito importante. Acalmou muito os meus nervos”, disse Zeng, em declarações reproduzidas pelo La Tercera, a propósito da sua estreia triunfal em Santiago 2023.

Zeng, nascida na China, tem uma história muito particular. Começou a praticar ténis de mesa aos nove anos no seu país natal e chegou a ser membro da equipa nacional na adolescência, mas a sua vida mudou radicalmente em 1989, quando emigrou para o Chile por razões familiares.

Em solo chileno, dedicou-se ao comércio e só em 2019, convencida pelos amigos da cidade de Iquique, voltou a praticar ténis de mesa. O seu bom nível permitiu-lhe fazer parte da Equipa Chile e celebrar esta segunda-feira um triunfo inédito.

“Penso que nunca é demasiado tarde quando fazemos alguma coisa, nunca é demasiado tarde. Não penso na minha idade, não, isso não é razão para deixar de fazer desporto. O desporto tem de ser feito por todos, é muito bom para a mente. Vou jogar a ganhar ou a perder”, afirma.

Quanto à sua ligação ao nosso país, Tania Zenga foi muito clara. “Vivo no Chile há 35 anos. Vivo há mais tempo no Chile do que na China. A minha família, os meus filhos nasceram aqui. Por isso, sou chilena”, afirmou.

Na mesma linha, a atleta de 57 anos comentou que “as pessoas sempre foram muito unidas e carinhosas. Desde os primeiros dias até hoje. Sinto-me muito bem aqui. É por isso que vivo aqui. Não vou voltar”.

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