Daniel Garnero, treinador da seleção paraguaia: uma passagem inesquecível pela UC e multicampeão “guarani”.

No final de 1994 e 1995, Néstor Raúl Gorosito e Alberto Federico Acosta fizeram as malas e deixaram a Universidad Católica rumo ao Yokohama Marinos, no Japão. Deixaram um grande vazio em San Carlos de Apoquindo, que a direção tentou preencher com um “10” de categoria vindo do futebol argentino: Daniel Garnero.

No entanto, este jogador, que foi um ídolo no Independiente, acabou por ter uma passagem esquecível pela UC. A sua carreira como futebolista nunca conseguiu recuperar, mas a sua carreira como treinador sim, que hoje o tem como treinador do Paraguai, rival da “Roja” amanhã, depois de se ter sagrado multi-campeão no futebol “Guarani”.

Garnero foi o principal reforço da “Franja” para tentar conquistar o título de 1996, que havia escapado nos dois anos anteriores. O meio-campista argentino havia sido o “10” de Ricardo Bochini no Independiente, vencendo o Torneio Clausura de 1994, a Copa Sul-Americana de 1995 e a Supercopa continental nas duas temporadas.

No entanto, esses feitos não se repetiram na pré-cordilheira, onde as expectativas com a sua chegada eram muito altas, dada a recente saída de Gorosito. A sua passagem pela UC foi marcada principalmente por lesões, que lhe permitiram disputar apenas 18 jogos, marcando apenas um golo no seu último jogo.

Os estudantes voltaram a ser vice-campeões locais e “Dani” saiu sem grande sucesso. Depois de ter sido adjunto de Jorge Burruchaga no Arsenal, Dani iniciou oficialmente a sua carreira de sucesso como treinador em 2008.

Depois de ter sido treinador interino do Estudiantes de La Plata e do seu querido clube Avellaneda, foi o Arsenal que lhe deu a oportunidade de se estrear oficialmente como treinador. No seu país natal, teve passagens pelo El Rojo, San Martín de San Juan duas vezes – com o qual foi promovido -, Banfield e Independiente de Rivadavia, sem se consolidar.

Em seguida, voou para o Paraguai, onde sua carreira como treinador deslanchou. Depois de boas temporadas no Sol de América, foi no Guaraní que começou a ganhar títulos definitivamente.

A partir de meados de 2016, ele se tornou um verdadeiro “Rei Midas” do futebol paraguaio, com passagens posteriores por Olimpia e Libertad. Desde então, completou 13 torneios locais, vencendo oito.

Este número marca um recorde em solo guarani, igualando-se a Luis Cubilla e Aurelio González. Estes méritos levam-no agora ao comando da seleção nacional, que volta a apostar num treinador argentino, apesar dos fracassos de Guillermo Barros Schelotto e Eduardo Berizzo, o seu adversário de amanhã.

Marcia Pereira

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