Uma “Roja” maltratada visita uma Quito inexpugnável e hostil

Há três países onde a seleção chilena nunca conseguiu vencer nas eliminatórias sul-americanas. São eles Argentina, Brasil e Uruguai, as maiores potências do continente.

Para além destes, os “Reds” têm um quarto território inexpugnável, onde sofreram a mais longa seca sem conseguir vencer. É no Equador, mais concretamente em Quito, onde hoje defrontam a equipa local no estádio Rodrigo Paz Delgado, também conhecido como “Casa Blanca”.

Desde as eliminatórias para a África do Sul 2010, a “Equipa de Todos” festejou em todos os campos restantes da América do Sul. Venceu na Colômbia (2009), Peru (2009 e 2015), Bolívia (2008, 2012 e 2022), Paraguai (2009, 2013 e 2021) e Venezuela (2008, 2012 e 2016).

Em solo equatoriano, no entanto, o país mal conseguiu arrancar alguns empates nos últimos tempos. Entre o caminho para a França 1998, com um empate em 1 a 1 graças a uma cabeçada de Marcelo Salas, e o caminho para o Catar 2022, com um empate apertado em 0 a 0, houve apenas derrotas.

Nem mesmo a equipa de Marcelo Bielsa, especialista em vitórias fora de casa, foi poupada com uma derrota por 1-0. A “Geração de Ouro” sempre sucumbiu nessa difícil jornada, com algumas derrotas maiores do que outras.

A única vez que a equipa criolla venceu no Equador foi em 1977, durante a campanha de qualificação para a Argentina 1978. A equipa treinada por Caupolicán Peña venceu pela margem mínima, com um golo de Miguel Ángel Gamboa, num jogo disputado em Guayaquil.

De facto, quando visitava Guayaquil, a seleção nacional obtinha bons resultados, mantendo-se invicta nas suas quatro presenças. A tendência começou a mudar depois de jogar na altitude de Quito.

Não é apenas o complexo cenário territorial que jogará contra “La Roja” na partida de hoje. Há outros factores que irão certamente gerar um ambiente ainda mais adverso para a seleção nacional.

Um deles é o panorama interno, com um plantel abalado pela saída intempestiva de Eduardo Berizzo após a derrota para o Paraguai. Nicolás Córdova terá de assumir o comando, com apenas alguns treinos, além das saídas de Gary Medel e Damián Pizarro.

A isto junta-se a recente rivalidade que se gerou entre as duas equipas desde o caso Byron Castillo. Os adeptos equatorianos deixaram claro o seu descontentamento, especialmente durante o Campeonato do Mundo no Qatar.

A questão foi reavivada nos últimos dias, quando o Tribunal Federal Suíço rejeitou o recurso apresentado pela Federação Equatoriana de Futebol para devolver os três pontos retirados pela Fifa e, posteriormente, pelo CAS. Hoje, contra o Chile, os equatorianos tentarão recuperá-los.

Marcia Pereira

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