Concorrência para o Chile: China e Rússia vão investir milhões na extração de lítio na Bolívia

China e Rússia vão investir 1,435 biliões de dólares na exploração de lítio na Bolívia, um dos países com as maiores reservas deste mineral fundamental na transição para as energias limpas, anunciou esta sexta-feira o governo boliviano.

China Citic Guoan e o russo Grupo Uranium Oneambos com uma forte componente de propriedade estatal, aliar-se-ão a Yacimientos de Litio Bolivianos (YLB) para instalar duas fábricas de carbonato para o metal, explicou o presidente Luis Arce num evento público.

Considerado ouro branco, o lítio é utilizado no fabrico de baterias para veículos eléctricos.

Representantes legais das três empresas – boliviana, russa e chinesa – estiveram presentes na assinatura do acordo.

“Estamos a consolidar o processo de industrialização do país”, disse o presidente. Em janeiro, o seu governo assinou outro acordo com o consórcio chinês Catl Brunp e Cmoc (CBC) para instalar duas fábricas de baterias de lítio.

No início do ano, a CBC comprometeu-se a efetuar um investimento de 1,083 mil milhões de dólares.

De acordo com a apresentação do governo, o Uranium One Group investirá 578 milhões de dólares numa primeira fábrica na Salar de Pastos Grandes e a empresa chinesa Citic Guoan 857 milhões de dólares numa segunda fábrica a norte do Salar de Uyuni, ambas no departamento andino de Potosí (sudoeste).

O Ministério dos Hidrocarbonetos e da Energia afirmou num comunicado que “cada um dos complexos terá capacidade para produzir até 25 000 toneladas métricas por ano, totalizando uma produção de 50 000 toneladas de carbonato de lítio por ano”.

A construção das fábricas terá início nos próximos três meses.

A Bolívia certificou as suas reservas de lítio no Salar de Uyuni em 21 milhões de toneladas e afirma ser o primeiro depósito de lítio do mundo.

A empresa estatal YLB informou em janeiro passado que as suas exportações de carbonato de lítio e cloreto de potássio em 2022, com a utilização das suas primeiras fábricas-piloto em Uyuni, atingiram 34 100 toneladas, no valor de cerca de 80 milhões de dólares.

Os seus principais mercados para o carbonato de lítio foram a China, a Rússia e os Emirados Árabes Unidos, enquanto que para o cloreto de potássio foram o Brasil, o Chile, o Peru, a Malásia e o Paraguai.

O Ministério dos Hidrocarbonetos informou em janeiro passado que, até 2025, espera exportar o mineral por 5 mil milhões de dólares, o que ultrapassaria o gás, que em 2022 gerou receitas de 3,4 mil milhões de dólares e é a principal fonte de rendimento do país.

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