Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) estão esperançados em que possa haver algum tipo de consenso esta sexta-feira (30.06.2023) sobre a migração no segundo dia da cimeira em Bruxelas, depois de não terem conseguido chegar a conclusões no primeiro dia da reunião devido ao bloqueio da Polónia e da Hungria.
A questão, que em princípio só seria discutida na quinta-feira, abrirá as discussões do líderes europeus no segundo dia da cimeira, que também debaterá as relações com a China.
Fontes europeias explicaram que não se sabe se no final haverá conclusões sobre a migração ou simplesmente uma declaração do Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, sobre o assunto.
“É uma pena que não tenhamos chegado a um acordo ontem, esperamos que hoje haja um acordo”, disse o presidente de Chipre, Nikos Christodoulides, à sua chegada, que sublinhou que a migração “é um problema comum” e esperava que o debate de hoje fosse “melhor” do que o de quinta-feira.
Criticar a posição
Entretanto, o primeiro-ministro esloveno, Robert Golob, culpou a Hungria pela falta de acordo de ontem, uma vez que este país “disse que não queria que houvesse qualquer referência à imigração nas conclusões do Conselho”.
Por seu lado, o primeiro-ministro da Letónia, Krisjania Karins, assegurou que existe “consenso” entre os líderes de que a UE deve concentrar-se na dimensão externa e atacar “as causas profundas” através de acordos com países terceiros.
O primeiro-ministro luxemburguês, Xavier Bettel, criticou a posição da Polónia e da Hungria, sem mencionar estes países.
“Não se pode voltar atrás no que já foi decidido”, disse Bettel, referindo-se à oposição dos dois países ao acordo alcançado num Conselho de Ministros do Interior, em meados de junho, sobre duas peças-chave do futuro Pacto Europeu sobre Migração e Asilo.