“10 segundos de apalpação”: a decisão do tribunal italiano provocou indignação

Existe um tempo definido para nos sentirmos incomodados quando alguém nos toca de forma inadequada e sem o nosso consentimento? Parece que, para este tribunal em Itália, sim.

Muitos italianos quiseram mostrar o seu aborrecimento e indignação nas redes sociais com a decisão de um tribunal de absolver um zelador de uma escola que tocou indevidamente numa jovem estudanteporque o ato não “durou o tempo suficiente”.

Jovem vítima de bullying na escola em Itália

Uma aluna de 17 anos de uma escola secundária em Roma acusou o zelador da escola de a ter apalpado. A rapariga contou que, enquanto subia um lance de escadas com uma amiga, sentiu as calças a serem puxadas para baixo e uma mão a tocar-lhe por baixo das cuecas, conforme relatado por Infobae.

A jovem virou-se para ver o que se passava e o homem disse-lhe. “amor, tu sabes que eu estava a brincar”O homem em questão era o caseiro do estabelecimento, identificado como António Avola, de 66 anos. O incidente ocorreu no início de 2022 e ela decidiu denunciá-lo.

A regra dos 10 segundos que gera indignação em Itália.

O caseiro admitiu ter apalpado a jovem sem o seu consentimento, mas justificou-se dizendo que estava apenas a brincar.

O procurador do caso pediu uma pena de três anos e meio de prisão, mas esta semana Antonio Avola foi absolvido da acusação de agressão sexual, uma vez que, segundo os juízes, não se trataria de um crime porque durou menos de 10 segundos.

Na sequência da decisão do tribunal em Itália, celebridades e influenciadores italianos têm partilhado vídeos em que olham para a câmara durante 10 segundos enquanto tocam numa parte íntima do seu corpo para mostrar o quão desconfortável pode ser. A frase “palpata breve” (toque breve) tem sido tendência nas redes sociais com a hashtag #10secondi.

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