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Biden diz que Putin “já perdeu a guerra” com a Ucrânia

O Presidente do RússiaVladimir Putin, “já perdeu a guerra” na Ucrânia e a contraofensiva em curso de Kiev para reconquistar os territórios ocupados em quase 17 meses de guerra obrigá-la-á a negociar, disse o Presidente dos EUA, Joe Biden, na quinta-feira (13.07.2023).

Putin “poderia acabar com a guerra amanhã, ele só teria que dizer: ‘Eu paro'”.Biden disse durante uma visita à Finlândia para celebrar a recente adesão do país nórdico à NATO, que faz fronteira com a Rússia.

“Mas não há qualquer hipótese de [Putin] ganhar a guerra na Ucrânia (…). Já a perdeu”.devido à falta de recursos militares da Rússia e às suas dificuldades económicas, continuou.

Apesar do lento avanço da contraofensiva ucraniana no leste e no sul, o presidente dos EUA disse estar convencido de que Moscovo acabaria por pedir negociações e que a guerra não se arrastaria por anos.

“A minha esperança e a minha expetativa é que a Ucrânia faça progressos significativos na sua ofensiva e que isso conduza a uma solução negociada em algum momento”.disse ele.

Biden reiterou a promessa de que a Ucrânia acabará por aderir à NATO, apesar da frustração da ex-república soviética por não ter conseguido garantir um calendário de adesão durante a cimeira da aliança de defesa transatlântica que decorreu esta semana na Lituânia.

“Não se trata de uma questão de saber se [los ucranianos] vão aderir à NATO, mas sim quando poderão aderir. E vão aderir”, afirmou.

Putin advertiu pouco depois que a eventual adesão da Ucrânia à NATO “não melhorará a segurança do país e, de um modo geral, tornará o mundo mais vulnerável e provocará tensões adicionais na cena internacional”.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, invocando, entre outras razões, a necessidade de impedir que a antiga república soviética aderisse um dia à aliança de defesa transatlântica liderada pelos EUA.

Na cimeira dos NATO promessas de maior apoio militar das potências ocidentais. Apoio que Putin desvalorizou.

Os mísseis ocidentais “causam danos, mas nada de crítico está a acontecer nas zonas de combate onde foram utilizados. O mesmo se passa com os tanques de fabrico estrangeiro”, disse numa entrevista transmitida pela televisão estatal russa.

Um general ucraniano anunciou que as forças armadas já receberam bombas de fragmentação, um tipo de arma muito controverso prometido pelos Estados Unidos.

Utilização de armas atómicas

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, avisou que a utilização de tais armas, que espalham submunições por um vasto terreno, obrigaria a Rússia a “tomar certas contra-medidas”, a decidir pelas suas forças armadas.

Após o final da cimeira da NATO, a Rússia lançou uma série de ataques aéreos contra a Ucrânia, alegando ter destruído 20 drones explosivos e dois mísseis de cruzeiro russos.

Segundo as autoridades, os bombardeamentos noturnos deixaram pelo menos quatro pessoas feridas em Kiev.

O chefe da diplomacia russa, Sergey Lavrov, afirmou que a entrega de caças F-16 ocidentais, que Kiev diz serem necessários para atacar atrás da linha da frente russa, seria considerada uma ameaça “nuclear”, uma vez que os aviões são capazes de transportar armas atómicas.

No entanto, segundo Biden, não há “uma perspetiva real (…) de Putin utilizar armas nucleares”.porque “não só o Ocidente, mas também a China e o resto do mundo disseram: ‘Não vão por aí'”.

Biden chegou à Finlândia na quarta-feira para encerrar uma digressão europeia que começou em Londres no domingo.

A Finlândia deixou para trás décadas de neutralidade e, em abril, tornou-se o 31º membro da NATO.

A entrada do país, que significa que a Rússia tem agora mais 1300 quilómetros de fronteira com a NATO, é um revés estratégico para Moscovo. A Suécia deverá aderir pouco depois da aprovação da Turquia.

O Presidente dos EUA também falou da revolta abortada em junho pelo grupo paramilitar russo Wagner e brincou dizendo que o seu líder, Yevgeny Prigozhin, devia ter “cuidado com o que come”.

A visita à Finlândia simboliza a grande mudança nas relações entre Washington e Moscovo nos últimos anos.

Há cinco anos, na mesma sala em Helsínquia, o então Presidente Donald Trump deu uma conferência de imprensa conjunta com Vladimir Putin.

Marcia Pereira

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