Brasil “muito otimista” com o acordo comercial UE-Mercosul

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse na quarta-feira (19.07.2023) que está “muito otimista” em relação a um acordo UE-Mercosul este ano, ao fazer balanço da cimeira UE-CELACna qual os dois blocos se comprometeram a relançar as relações políticas e económicas e conseguiram chegar a acordo sobre uma condenação diluída da guerra na Ucrânia, mas sem a Nicarágua.

Lula da Silva estimou que dentro de duas ou três semanas os países do Mercosul deverão apresentar à União Europeia (UE) a sua contraproposta sobre o capítulo ambiental para um acordo entre os blocos.

“A resposta brasileira está a ser discutida entre os quatro países e, dentro de duas ou três semanas, teremos entregue definitivamente a proposta à UE”. Lula disse numa conferência de imprensa em Bruxelas.

“Estou otimista quanto à possibilidade de concluirmos este acordo ainda este ano. Note-se que digo ainda este ano, porque seria bom para nós ter um acordo com a Espanha durante a presidência do Conselho da UE e a minha presidência (temporária) pro tempore à frente do Mercosul”, acrescentou.

Alemanha alerta para consequências fatais em caso de fracasso do acordo

A Federação da Indústria Alemã (BDI) advertiu hoje que o fracasso de um acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) teria “consequências fatais” para a política comercial do bloco comunitário.

“É preciso ter mais em conta as necessidades dos Estados do Mercosul para poder concluir o acordo no segundo semestre do ano. Se o acordo com o Mercosul falhar, a Europa arrisca-se a ter consequências fatais para a política comercial da UE”, disse Wolfgang Niedermark, membro do conselho executivo do BDI.

A cooperação com a América Latina e as Caraíbas “é essencial para a estratégia de diversificação da UE” e a região é de “importância central para as energias renováveis e as matérias-primas e constitui um importante mercado de vendas e local de investimento para as empresas europeias”, acrescentou.

Obstáculos nas negociações

A UE e o Mercosul anunciaram em 2019, após duas décadas de negociações, um acordo de princípio, mas o processo rapidamente se bloqueou porque os europeus exigiram um capítulo adicional sobre questões ambientais.

Em março, a UE apresentou aos países do Mercosul um projeto da sua visão do que deveria ser incluído no capítulo ambiental adicional ao acordo comercial negociado entre os dois blocos, uma carta que o Brasil rejeitou veementemente.

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