A frota russa do Mar Negro realizou exercícios para destruir barcos com mísseis e isolar a zona noroeste que Moscovo fechou à navegação, depois de ter abandonado o acordo sobre os cereais na segunda-feira e declarar como alvo militar qualquer navio que se dirija a portos de Ucrâniarelatado Rússia.
O Ministério da Defesa russo disse em um comunicado que durante o exercício, a tripulação do navio Ivanovets da Frota do Mar Negro “disparou mísseis de cruzeiro anti-navio contra o navio-alvo (…) na parte noroeste do Mar Negro”.
O departamento chefiado por Sergey Shoigu assegurou que os dados de telemetria e o vídeo de monitorização do drone “confirmaram o sucesso do exercício de combate, uma vez que o navio-alvo foi destruído na sequência de um ataque de míssil”.
Área fechada à navegação a ser isolada
Durante o exercício, os navios e a aviação da frota também treinaram “acções para isolar a área temporariamente fechada à navegação e executaram um conjunto de medidas para deter o navio infrator” concebido para as manobras.
Os exercícios ocorrem depois que a Rússia, na segunda-feira, retirou-se de um acordo que permitia à Ucrânia exportar por quase um ano mais de 32 milhões de toneladas de grãos de três portos do país através do Mar Negro, sob a chamada Iniciativa do Mar Negro, criada em 2022 com a ajuda da ONU e da Turquia para garantir a segurança alimentar global em meio à guerra.
Depois de ter retirado as garantias de segurança para a navegação no Mar Negro e de ter encerrado o corredor marítimo humanitário através do qual os navios exportavam os cereais ucranianos, a Rússia avisou que, a partir do dia 20, considerará todos os navios com destino aos portos ucranianos como possíveis transportadores de carga militar e, por conseguinte, potenciais alvos de guerra.
Moscovo declarou ainda que várias zonas marítimas nas partes noroeste e sudeste das águas internacionais do Mar Negro são “temporariamente perigosas para a navegação”.