A polémica foi causada por Ricardo Bussi, candidato a deputado argentino, que comparou a homossexualidade a deficiências. O membro da coligação La Libertad Avanza, que é liderada pelo candidato presidencial de direita Javier Milei, é membro do partido político de extrema-direita Força Republicana.
“Como disse no início, eles são pessoas, são seres humanos que merecem todo o nosso respeito, como os coxos, como os cegos, como os surdos.São pequenos sectores da sociedade que têm de ser reconhecidos. Agora, não sei porque é que lhes há-de ser dado um cargo público por serem travestis, se nós pagamos por isso”, afirmou Bussi.
“Quem decide ser travesti deve ser deixado à sua própria sorte. Não se pode dar uma quota do Estado a alguém que pertence a um grupo minoritário, porque todos nós apoiamos o Estado”, acrescentou.
“O que temos de fazer nestes tempos importantes de crise é compreender todos os seres humanos por igual. O que não queremos é que todos nós tenhamos de suportar isto, aqueles que decidiram o seu percurso sexual são responsáveis pelas suas escolhas”, acrescentou.
Questiona o número de pessoas desaparecidas, como Milei.
As palavras de Bussi, que também é filho de um ex-militar que foi demitido por ter cometido crimes contra a humanidade durante a ditadura argentina, foram proferidas no dia seguinte ao debate presidencial na Argentina, onde Javier Milei afirmou que o número de detidos desaparecidos naquele país não é de 30.000, como afirmam os números oficiais, mas sim 8.000.
Num outro debate, desta vez para os deputados de Tucumán, Bussi partilha a opinião de Milei e questiona o número de vítimas da ditadura argentina.
“É evidente que não foram 30.000, isso está provado, foram 8500. Mas o desaparecimento de uma pessoa é um facto absolutamente lamentável, mas acontece em todas as guerras e em Tucumán houve uma guerra. Morreram civis, culpados e inocentes, morreram pessoas dos Montoneros e do exército. Os Montoneros podem explicar Patricia Bullrich, que pertencia a essa militância”, disse Bussi.