Brasil tem pelo menos seis aviões prontos para repatriar nos próximos dias os brasileiros que queiram deixar a região do conflito Israel-Hamas, informou a força aérea do país sul-americano no domingo.
Pelo menos três brasileiros estão desaparecidos e um foi hospitalizado após o início da ofensiva, segundo o governo.
“Temos seis aeronaves prontas”, algumas com capacidade para até 230 passageiros, disse o comandante da Força Aérea, Marcelo Damasceno, a jornalistas em Brasília.
O objetivo da missão é “trazer todos os brasileiros que estão na região e que querem (sair)”, acrescentou o chefe da força, após uma reunião com representantes dos ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Defesa e da Presidência do Brasil.
“Os voos da Força Aérea Brasileira destinam-se prioritariamente a repatriar os residentes no Brasil”, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado, que publicou um formulário para os interessados no site da sua embaixada em Telavive.
De acordo com Damasceno, vários brasileiros já estão deixando a região em voos comerciais e as primeiras viagens lideradas pelo governo podem ocorrer entre segunda e terça-feira.
Conflito Israel-Hamas: Mais de 14.000 brasileiros residentes
O Ministério das Relações Exteriores, sediado no Palácio Itamaraty, estima que existam 14 mil brasileiros vivendo em Israel e 6 mil nos territórios palestinos, “a grande maioria deles fora da área atingida pelos ataques”.
O Itamaraty informou ainda que na região há “três brasileiros desaparecidos” e um “hospitalizado”.
As quatro pessoas, de nacionalidade brasileira e israelita, participavam num festival de música no Distrito Sul de Israel, “a menos de 20 km da Faixa de Gaza”, segundo uma mensagem enviada à AFP no domingo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se recupera de uma cirurgia na anca realizada há dez dias, condenou no sábado, nas suas redes sociais, “os ataques terroristas perpetrados contra civis em Israel”.
O número de mortos ascende a cerca de 1000 desde o início da ofensiva surpresa do grupo islamita Hamas contra Israel, no sábado.
No domingo, o governo israelita anunciou mais de 600 mortos e mais de 100 pessoas “prisioneiras” do movimento palestiniano.
Entretanto, as autoridades do enclave palestiniano referiram que pelo menos 370 pessoas morreram na Faixa de Gaza em dois dias de bombardeamentos israelitas ordenados após a ofensiva do Hamas.
O Conselho de Segurança da ONU reunirá de emergência no domingo sobre a situação no Médio Oriente.