Presidente afirma que não há razão para pessimismo e volta a cobrar mudanças na política monetária brasileira.
Em discurso durante o Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), realizado nesta quarta-feira (27) em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a importância do otimismo para o progresso do país. Segundo ele, não existem motivos para que a população esteja desmotivada ou desacreditada.
“Não vejo nenhuma razão para as pessoas estarem pessimistas”, declarou. Para Lula, o desenvolvimento depende da vontade coletiva: “O mundo só pode dar certo se a gente quiser dar certo.”
As falas do presidente acontecem em meio a desafios econômicos que incluem um déficit fiscal de R$ 105,2 bilhões até setembro e uma saída líquida de US$ 56,2 bilhões do Brasil, o maior saldo negativo desde 1982.
“A sorte chega com meu governo”
Lula também mencionou sua crença de que traz bons ventos à economia quando está no poder.
“Quando chego ao governo, a sorte chega junto“, afirmou, associando o desempenho do país à sua gestão.
Apesar do cenário atual, ele destacou que o Brasil está superando previsões pessimistas. Sem citar dados específicos, argumentou que o crescimento econômico será mais expressivo do que o estimado inicialmente.
“Diziam que o país não tinha credibilidade, que cresceríamos no máximo 1,5%, mas estamos novamente surpreendendo”, ressaltou.
Críticas à política monetária
No evento, o presidente retomou suas críticas à alta taxa de juros, uma pauta recorrente de seu governo. Ele questionou a justificativa para o patamar atual, argumentando que os indicadores econômicos permitem maior flexibilidade.
“Por que a taxa de juros está tão alta?”, indagou.
Segundo Lula, a inflação está sob controle, a economia apresenta sinais de recuperação, e o país registra o menor índice de desemprego desde 2012. Para ele, é essencial que mais dinheiro circule entre a população para garantir o crescimento econômico e a distribuição de renda.