O antigo Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva declarou, na quinta-feira, em entrevista ao Jornal Nacional, que se for novamente eleito vai trabalhar para pacificar o Brasil e dará liberdade à polícia para investigar denúncias.
Lula da Silva afirmou vai tentar “pacificar o país” e defendeu que a polarização que divide o Brasil é saudável quando se mantêm no campo das ideias e não no do “estímulo ao ódio”.
“Quando você tem democracia e quando você tem mais que um disputando, a polarização é saudável. Ela [polarização] é importante, ela é estimulante, ela faz a militância ir para rua, carregar bandeira. O que é importante é que a gente não confunda a polarização com o estímulo ao ódio”, salientou.
Questionado diversas vezes sobre casos de corrupção ocorridos nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT), liderados por Lula e pela antiga Presidente Dilma Rousseff, o candidato lembrou vários mecanismos de combate à corrupção criados naquele período e disse que dará liberdade para instituições como a Polícia Federal e o Ministério Público investigarem crimes.
“Vamos continuar criando mecanismos para investigar qualquer delito que aconteça na máquina pública brasileira”, afirmou.
O antigo chefe de Estado também reconheceu que houve corrupção na petrolífera estatal Petrobras, mas criticou a forma como as investigações foram conduzidas pela Operação Lava Jato, autora de processos que geraram duas condenações para Lula, uma delas sobre a alegada posse de um apartamento de luxo e que o levou à prisão por 580 dias, mas estas e outras ações abertas pelos procuradores acabaram anuladas ou foram arquivadas pela Justiça. Atualmente, Lula da Silva não está a responder em nenhum processo judicial.
“Você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram. O que é mais grave é que as pessoas confessaram, e por conta das pessoas confessarem, ficaram ricos por conta de confessar”, respondeu, numa referência aos casos investigados na Petrobras e benefícios oferecidos a alguns acusados que confessaram crimes.
Lula da Silva considerou que o Ministério Público atuou politicamente para o condenar e também apontou o que considerou um erro das investigações de corrupção na Petrobras, ao provocar a falência de grandes empresas de construção civil.
“O correto era fazer a investigação que tinha que fazer da forma mais correta possível, como fizeram no meu tempo que eu era Presidente, e depois se a pessoa for inocente você absolve. Se a pessoa for culpada, você condena”, indicou.
O candidato do PT também aproveitou para atacar o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, de forma indireta, ao insinuar o que podia ter feito, mas não fez, como decretos de sigilo de cem anos imposto pelo Exército numa investigação sobre o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, ou como podia ter atuado para a polícia não investigar denúncias de corrupção como alegadamente estaria a acontecer no atual Governo.
Questionado sobre a escolha de Geraldo Alckmin para o cargo de vice-Presidente – Alckmin foi rival de Lula nas presidenciais de 2006 – o antigo chefe de Estado defendeu que juntos farão um Governo forte e que o PT já aceitou a aliança.
“Alckmin já foi aceite pelo PT de corpo e alma. Alckmin é uma pessoa que vai me ajudar, tenho confiança que a experiência como governador de São Paulo vai me ajudar a consertar esse país”, declarou.
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