Após a entrega do inquérito ao STF, cresce o receio de novas delações envolvendo militares de alta patente e aliados do ex-presidente.
O envio do inquérito da Polícia Federal à Procuradoria Geral da República reacendeu discussões sobre o envolvimento militar na tentativa de romper a ordem democrática em 2022. Nomes de peso, como os dos generais Mário Fernandes e Estevam Teophilo, estão entre os mais citados nas investigações.
Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Presidência, é apontado como articulador de estratégias para sustentar Bolsonaro no poder. Já Estevam Teophilo, que chegou a compor o Alto Comando do Exército, teria cogitado usar tropas para reforçar a iniciativa. Ambos, agora indiciados, enfrentam acusações de crimes que incluem organização criminosa e tentativa de golpe de Estado.
O peso das penas, que podem alcançar até 30 anos de prisão, eleva a tensão entre os envolvidos. Além disso, a delação de Mauro Cid, braço direito de Bolsonaro durante o governo, trouxe à tona um temor no entorno militar: a possibilidade de novos acordos de colaboração.
Para aqueles que cogitam colaborar, a missão não é simples. Um delator precisa apresentar informações inéditas e provar sua utilidade no avanço das investigações. Isso significa, na prática, trazer dados que comprometam figuras hierarquicamente superiores, algo que coloca ainda mais atenção sobre os generais já investigados.
Apesar das acusações, aliados de Bolsonaro mantêm a linha de defesa de que o ex-presidente não participou diretamente de qualquer ação golpista. Bolsonaro, por sua vez, adota um discurso cauteloso, buscando se distanciar do caso.
Com as investigações em estágio avançado, a decisão agora cabe à PGR, que definirá se oferece denúncia contra os indiciados. Enquanto isso, cresce a expectativa sobre quais nomes podem optar pela delação e até onde essa escolha pode alterar o rumo do processo.
Veja mais sobre o inquérito da PF.
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